segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O revisor de texto nos anos 50


“O revisor é muito frequentemente um empregado desvalorizado, cujos serviços são considerados por vezes supérfluos. Em muitas tipografias, fica relegado a um cubículo pequeno e abafado que não pode ser aproveitado para outro fim, ou fica encarcerado num desvão de um canto de sala. Idealmente, necessitaria de luz e ar, tudo o que conduzisse à acuidade mental e à perspicácia visual; e, às vezes, ele consegue esse ideal ou algo parecido.

É um engano, e sério e bobo engano, subestimar o revisor, pois dele depende não pouco da reputação de uma casa impressora; e ele pode, ademais, ser o meio para prevenir ações legais de difamação e prejuízos.

Os revisores trabalham ou juntos no mesmo local ou em algumas impressoras em seu compartimento próprio. Assistindo-os, há umas quantas moças ou rapazes, chamados leitores. A tarefa do revisor é descobrir quaisquer erros que tenham sido cometidos na composição e dar instruções para sua correção, e também zelar por que os enganos do próprio autor sejam evitados, chamando, se for o caso, a atenção deste.

[...] De preferência, qualquer livro deverá ser lido antes em sua inteireza pelo revisor. O leitor é então chamado a ler alto, do manuscrito ou do original datilográfico do autor, enquanto o revisor acompanha as palavras da prova, comparando-as com as da leitura, vigiando os erros tanto da composição quanto do leitor, e também do autor, evitando as letras de fontes estranhas que se possam ter infiltrado no texto composto, observando os pontos que possam ser objeto de ação legal ou o que quer que seja que possa comprometer a boa reputação da casa ou possa levá-la a complicações legais.”

(The Making of Books, Sean Jennett, 1956, p. 103. Trecho traduzido por Antônio Houaiss em Elementos de Bibliologia)

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