segunda-feira, 9 de maio de 2005

Eu, webaholic

Não queria admitir, mas preciso assumir.

Nos minutos e segundos que precedem o acesso à minha caixa de entrada, uma ansiedade generalizada me impede de pensar em qualquer outra coisa até ver todas as mensagens novas. Teclo o nome de usuário errado. Atropelo a digitação da senha. Quando as vejo e finalmente consigo abri-las, uma ou outra acaba me dando pequenas sensações orgasmáticas e aquele sorriso idiota estampado na cara.

O professor informa o tema do seminário e o que me vem à cabeça é só a tela do google se abrindo com o cursor apontando em "pesquisa avançada".

Não me lembro mais quando foi que passei a dizer sempre "depois te mando um email" ao invés de "depois eu ligo pra você", ou "cê tem email?" ao invés de "qual seu número?"
(Recentemente, acho que andei soltando uns "cê tem orkut?")

Tenho encontrado pessoalmente várias pessoas que dias ou semanas antes só via na tela do meu computador - mesmo as mais distantes. (prova de que proximidade virtual leva, mais cedo ou mais tarde, irresistivelmente, fatalmente, à proximidade física)

Tenho achado mais cômodo dar cliques ou mexer na barra de rolagens do que folhear as páginas dum jornal ou livro.
(assinante do Correio acessa TODO o conteúdo pelo site!)

No trabalho, colegas têm me cutucado dizendo "anda!", "bora!" mas só depois de muito tempo dou conta que a irritação é com o tempo que passei preso entre a cadeira e o teclado; quando não são eles, é o chefe imediato perguntando sobre aquela janela minimizada ali na barra de ferramentas.
(Messenger, preciso dizer?)

E nesse exato momento tô aqui ansioso pra terminar logo esse rascunho de blog pra dar vez à Dandara que tá aqui do lado esperando sua vez no PC do CA.
(Você não tinha que terminar a apresentação do seminário de amanhã? Lembrei também que precisava passar no terminal do banco que fechou agorinha às 22h. Fodeu.)


E ainda se preocupam com cigarro e bebida... é essa dependência aqui que tá ferrando com a minha vida!
Quiçá de milhões de outras.